EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS E AGROEXTRATIVISMO EM UMA COMUNIDADE TRADICIONAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
DOI:
https://doi.org/10.56083/RCV3N3-049Keywords:
Alto Rio Pardo, Beneficiamento, Comercialização, CooperativasAbstract
A Economia Solidária teve início no Brasil nos anos 1970 como um movimento da sociedade civil apoiado por organizações não governamentais, governamentais, religiosas e sindicais em busca de alternativas produtivas de geração de ocupação e renda. As experiências em economia solidária buscam a junção de duas noções historicamente dissociadas: iniciativa produtiva e solidariedade; partem de iniciativas locais acompanhadas ou não de incentivo externos e buscam prioritariamente resolver problemas de produção e comercialização. Este artigo debate algumas das características, potencialidades e limitações de empreendimentos econômicos solidários por populações tradicionais que habitam uma região conhecida como “Gerais” – subclassificação do Bioma Cerrado, ao Norte de Minas Gerais. Estes grupos de agricultores e agricultoras coletam, beneficiam e comercializam frutos do Cerrado por meio do trabalho coletivo em agroindústrias e cooperativas locais ao mesmo tempo em que vêm conservando de forma efetiva grandes áreas naturais. Este artigo é resultado de atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas junto à COOPAAB – Cooperativa dos Agricultores Agroextrativistas da Comunidade Água Boa II localizada no município de Rio Pardo de Minas. Os resultados mostram que a cooperativa surgiu de um histórico de lutas por terra e territórios, muito presente nesta região; é protagonizada por mulheres; possui uma produção diversificada e encontra dificuldades para enfrentar a legislação sanitária e na etapa de comercialização.
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