FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO ENSINO DE CIÊNCIAS/QUÍMICA NO ESTADO DA BAHIA – BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56083/RCV3N3-006Keywords:
Formação de Professores de Ciências/Química, Pedagogia Histórico-CríticaAbstract
Nos cursos de formação de professores de ciências/química no Estado da Bahia, Brasil, temos trabalhado com os referenciais teórico-metodológicos de cunho crítico-dialético, objetivando superar a concepção empírico-analítica de ciência e de romper com as perspectivas idealistas de educação, visando à emancipação humana. No campo pedagógico, a Pedagogia Histórico-Crítica tem sido a melhor forma de atingir esses objetivos, pois parte da prática social, problematiza e faz a análise segundo seus princípios, onde parte e totalidade estão articuladas no seu movimento histórico, focada numa nova síntese impregnada das múltiplas determinações do real, propiciando um nível superior de compreensão e explicação da prática social. Assim, para esta Pedagogia, o trabalho educativo visa produzir, direta e intencionalmente, a humanidade em cada indivíduo singular (o estudante). Historicamente, esta humanidade é produzida de modo coletivo pelo conjunto dos homens, através de meios e estratégias adequadas, com o objetivo maior da transformação social. A pedagogia Histórico-Crítica, tece as críticas pertinentes às pedagogias do aprender a aprender e suas correlatas, que são as principais tendências pedagógicas que têm dominado o Ensino Médio na Bahia e se apresenta como uma possível alternativa para mudar esse quadro e para resgatar aquilo que para nós é a principal finalidade da educação escolar: identificar os conhecimentos clássicos, sistematizados e de relevância social, da ciência, filosofia, arte e da cultura corporal, que precisam ser apropriados pelos sujeitos sociais para que possam interferir decisivamente no processo de produção e reprodução da nossa existência, na busca da emancipação humana. Metodologicamente, nesse trabalho, utilizamos uma abordagem qualitativa, com enfoque crítico-participativo na perspectiva histórico-cultural. Finalmente, apresentamos alguns resultados da implantação desta pedagogia na formação de professores para atuarem no ensino básico em química, nos cursos de graduação, de projetos de extensão e em um programa interinstitucional de pós-graduação local em ensino, filosofia e história das ciências. Os resultados mostram avanços na superação nas concepções empírico-analíticas de ciência e idealistas de educação. Para concluir, já podemos afirmar que ela tem sido um instrumento qualificado para a intervenção didática em escolas do Ensino Básico, levando os estudantes a desenvolverem uma concepção pedagógica crítica, visando à emancipação humana.
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