O GRUPAMENTO HOMOGÊNEO E A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS DÉCADAS DE 1930 E 1940: LUTAS DE REPRESENTAÇÃO NA IMPRENSA PERIÓDICA

Abstract

Analisa, por meio dos impressos da Educação Física, das décadas de 1930 e 1940, as proposições sobre um sistema de mensuração para as crianças em processo de escolarização. Objetiva compreender os debates sobre a melhor forma de produzir os grupamentos homogêneos, um  modo de classificar os sujeitos escolares e de realizar a sua distribuição nas aulas de Educação Física, tendo como referências as ciências fisiológicas e os saberes que com ela dialogam. Como referencial teórico, faz uso das proposições de Bloch (2001), Ginzburg (1989) e Chartier (2002), para entender os documentos em sua materialidade. Com a adoção do Método Francês e com a necessidade da formação dos grupamentos homogêneos, os exames antropométricos e fisiológicos tornaram-se o alvo da atenção médica na busca por uma metodologia pedagógica que atendesse às demandas governamentais. Evidencia muitos autores buscando fazer a transposição didática dos saberes da fisiologia para instrumentos que permitissem a classificação das crianças em idade escolar, aplicando principios anatomofisiológicos para a distribuição dos grupos de estudantes em seu processo de escolarização na Educação Física, fugindo da lógica da idade cronológica, forma sedimentada pela cultura escolar na organização das turmas e para o acesso aos saberes das disciplinas escolares.